Não é frequente a presença de um anão como protagonista de um filme. Especialmente de uma comédia romântica, como é o caso de Altas expectativas, que tem essa singularidade com atuação de alguém assim. É o Gigante Leo, pseudônimo do ator Leonardo Reis, que escreveu o livro autobiográfico O grande livro dos anões e, há tempos, faz sucesso em espetáculos solo nos quais aborda com humor o nanismo. Ele interpreta Décio, treinador de cavalos que se apaixona por Lena (Camila Márdila), dona de um café no Jockey Club do Rio de Janeiro. A diferença de estatura o intimida na aproximação com a moça. Esta, por sua vez, mostra-se triste devido aos problemas no estabelecimento e na manutenção do tratamento médico de seu irmão Teo, um menino cadeirante.ma África humana e hospitaleira, longe dos estereótipos.”

Pena existirem alguns desempenhos fracos e vários clichês. Como os que são vistos no assédio machista do rico Flávio, na ajuda de Lia a Décio e nas rápidas aparições de certas celebridades da TV. Mesmo assim, o longa-metragem, dirigido com convencional correção por Pedro Antônio e Álvaro Campos, cativa quando enaltece a generosidade e a criatividade cômica como um caminho de superação e conquista. Tirando partido das inserções do monólogo teatral com o Gigante Leo e de outras cenas que também apontam as dificuldades existenciais e práticas dos anões, Altas expectativas vai além do seu incomum diferencial e se impõe como um cálido entretenimento.